Na Quinta do Conde vive o Farinha, José Miguel Farinha Duarte é o seu nome completo, tem 38 anos e é um piloto com um perfil completamente diferente dos que temos entrevistado. A aposta dele é conseguir ter o gozo da competição ao preço do passeio de fim-de-semana.
Quando é que começaste a andar de quad? Comecei em 1995. A adrenalina e o facto de andar a passear em contacto com a natureza tornaram-no Quad num vício. É uma forma de conviver com os amigos, de explorar o desconhecido, descobrir todos os recantos da Serra Arrábida aqui mesmo ao lado.
Mas a competição acabou por surgir? Sim, foi inevitável (risos). Eu e o Carlos Antunes da Motomercado decidimos apostar num conceito diferente e depois de conseguir o apoio da Supermoto que nos disponibilizou um Access, foi por mãos à obra.
O que te motiva na competição? Mais uma vez a adrenalina (risos) e o gosto pelos Quads. Adoro as corridas mas odeio a preparação e as obrigações que exigem. Tenho uma boa estrutura a que posso chamar equipa.
Mas que conceito é esse? Descobriste petróleo na Arrábida? Não (risos). Trata-se de um projecto low cost com um Quad barato e fiável. Reaproveitamos algumas peças que já não usávamos e temos assim preparado bem máquina com o apoio do Beto. Eu trabalho na Autoeuropa e tenho um rendimento mensal igual a todos os outros portugueses, curto! Consegui também alguns apoios porque aposto muito na divulgação deste projecto, e são eles (risos):
a Liqui Moly, a Motomercado, a Supermoto, o Abquad, o Quadmania, a XtremeIndustries, a vetrometal, a Autoeuropa e de muitos amigos meus.
E assim uma recordação destes anos todos, o que contas? Fui um dia para o trabalho de Quad e no regresso dizem que caí. Devo ter perdido os sentidos porque não me recordo. Já em casa, não dizia coisa com coisa (quase o meu estado natural - risos) e a minha esposa levou-me para o hospital. Acordei sem saber onde estava e sem me lembrar de tudo o resto. Até hoje ainda não sei o que se passou.
És mesmo doente, isso pega-se? Acho que sim, a minha filha e a minha sobrinha já têm o "bichinho". A minha filha já tem um Polaris Scrambler 50 e o mais certo é seguir o caminho do pai.
Para finalizar, o que te falta Farinha? O meu sonho é dar a volta a Portugal em Quad com um bom grupo de amigos. Gostava também de ir até Espanha fazer a Baja de Aragon e repetir a Baja Portalegre porque a deste ano ficou-me atravessada. Tinhamos feito uma grande preparação e a lição bem estudada, aqui o João Nazareth ajudou como sempre. Testámos bem o Quad antes do Portalegre e o SMC nunca se negou a nada. Acabou por ser uma peça de borracha a trair-nos, essa peça segurava a bateria e que por seu turno caiu. Vamos continuar a apostar neste projecto e a demonstrar que não é preciso gastar rios de dinheiro para gozar os que os outros gozam...
... e nós vamos acompanhando, venha a próxima aventura!